domingo, 8 de janeiro de 2012

Bater no ferro quente (01)




O Folha8 não fez nenhuma fotomontagem. Ela já existe há muito tempo, e quem a produziu foi o Projecto Quissonde.

Gil Gonçalves
gilgoncalves.blogspot.com

Tal como no anterior 27 de Maio de 1977, agora já há outro, 05 Janeiro de 2012. Iniciado como no antanho, restaura-se com um comunicado do bureau político do quaternário teimoso poder, logo de seguida vai para a Rádio Nacional de Angola, a emissora oficial do partido da massificação, depois para o lídimo Jornal de Angola, o órgão oficial leninista que detêm o uso da verdade exclusiva de toda a informação que circula em Angola, e agora também o CNCS – o isento Conselho Nacional da Comunicação Social, a Associação dos Repórteres de Imagem de Angola, o Ministério da Informação, e todos os comités de especialidade ou não dos poderosos do petróleo, que até agora, pasme-se, nunca responderam nem foram julgados pelas várias acusações de corrupção fundadas e devidamente fundamentadas que lhes estão movidas. Um dos quais é o processo inconfesso dos trinta e dois biliões de dólares que descaminharam.
Também o iminente sociólogo Paulo de Carvalho, ao serviço do poder, não aborda a corrupção, está proibido. Arregimentado pela campanha da Rádio Nacional de Angola, dá também lições de jornalismo. Mas porque omitem sistematicamente a corrupção que grassa incontrolável, a ponto de nos tornarmos noutro México? Ou pelas reivindicações populares, outra Síria com a duração de algumas semanas? Sim, o Estado é, somos todos nós, isto é, eles. Em Angola qualquer um do executivo é, ou lecciona jornalismo.
A miss, a locutora, a secretária, etc, são jornalistas, é tudo jornalista. É por isso que o jornalismo angolano é dos mais evoluídos do mundo. Muitos, milhares de crimes que até agora continuam impunes. Como podem exigir a legalidade do ilegal, da corrupção de biliões de dólares?
A democracia diabólica?
Pelo editorial atirado para o ar na RNA, no noticiário das vinte horas, cujo fraseado segue o do BP de JES-MPLA, os canhões estão apontados para o Folha 8. No perfeito seguimento dos editoriais contra os fraccionistas do 27 de Maio de 1977, Bater no Ferro Quente, vê-se claramente a incitação ao derrube e assassinato de quem trabalha no Folha 8, e aproveitarem a oportunidade para varrerem de uma vez por todas, David Mendes, Rafael Marques, etc?

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