sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Fim do mundo e de outros mundos


A notícia sobre a incapacidade de o governo português se desenvencilhar para assumir a perfeita organização do Fim do Mundo chegou à mesa da nossa Redacção num momento em que estávamos já a fechar o jornal. Tivemos no entanto tempo suficiente para entrar em contacto com algumas das nossas mais preciosas fontes que nos revelaram que essa renúncia não era de modo algum, segredo para as mais altas esferas do nosso aparelho de Estado.
Assim, uma dessas fontes, fidedigna, muito por dentro dos segredos da Secreta angolana, assegura que o partido no poder em Angola, MPLA, é muito capaz de lançar um repto ao mundo inteiro no sentido de levar avante esse projecto, pois tem estrutura capaz de assegurar o sucesso de tão grandiosa empreitada. Precisa unicamente de receber as indispensáveis “ordens superiores” para avançar com os preparativos.
Contactado por satélite, o presidente José Eduardo dos Santos revelou em exclusivo para o nosso bissemanário que não via inconveniente nenhum em fazer um estudo prévio para indagar as probabilidades de êxito desse programa, mas que de qualquer modo tudo seria organizado em função das eleições que deverão ser levadas a cabo em 2012. Portanto, nada de pressas, o projecto é viável, de acordo, mas só com o MPLA e JES à cabeça. E se for preciso ir ajudar Portugal, não tem maka, vamos a Portugal

Discussão sobre o sexo das Leis
A propósito da lei de imprensa que tem sido alvo de multiprestações de opinião por parte de diversas entidades do tecido social angolano, partidos, Igrejas, entidades militares, sociedade civil e outras organizações governamentais e não governamentais, estamos em crer que a única conclusão a que se chegou é que ela é anti-constitucional.
Depois do debate público, promovido pelo próprio executivo entre os meses de Maio e Julho, os relatórios foram submetidos ao conselho de ministros ou à Assembleia Nacional, segundo revelou Drumond Jaime, porta-voz do ministério da Comunicação Social. E nessa senda, o Sindicato dos Jornalistas, por exemplo, solicitou que essa ocasião fosse usada para rever-se de fio a pavio a referida lei de Imprensa, essencialmente no que toca à sua despenalização.
O mais curioso é que em cima da mesa, para discussão, está um texto que viola ostensivamente os princípios fundamentais da liberdade de imprensa e parece que a única coisa que se está a discutir é como fazer passar essa heresia nas barbas da nossa Constituição, na qual o livre acesso à informação e à imprensa está consagrado. Mas, como Angola regista um muito longo historial de incumprimento do executivo àquilo que os próprios órgãos de soberania aprovaram, o sentido de esta consulta para chegar a um consenso ser pura e simplesmente um “non sense”, quer dizer, deixa de ter qualquer sentido pois mesmo que se rectifique a lei para ela se conformar à Lei Magna, os seus garantes, isto é, os órgão superiores de justiça do país, encarregar-se-ão, sem ajuda de ninguém, de a violar nas calmas na habitual obediência a “ordens superiores”.

Institucionalizar a batota
Ponhamo-nos no lugar do partido do poder. Depois de ter batotado alta e poderosamente em plena impunidade nas eleições de 2008, o problema agora é como evitar que a verdade venha ao de cima, como azeite em água, isto é, conseguir obter uma percentagem próxima dos 82% sem batotar. Uma possibilidade seria executar o mesmo plano que tanto sucesso teve nesse ano de 2008, quer dizer, batotar uma vez mais. Mas os riscos são muito grandes e parece estabelecido que não é por aí que o gato do MPLA irá às filhós. Outra solução seria a de não fazer batota nenhuma, mas aí, os riscos ainda são maiores, pois é mais que certo que a queda do MPLA nesse caso será tão grande que talvez não dê para terem mais de 50% na primeira volta, embora seja de esperar que será largamente maioritário. Estamos a pensar em metade do score obtido em 2008, talvez um pouco mais.
Vamu fazê kumentão?, devem questionar os cozinheiros do ÉME e, de facto, não vai ser fácil. É claro que a batota já começou com essa de ser o MAPESS a fazer o que não lhe cabe fazer, segundo o que está escrito na própria Constituição de Angola. Mesmo assim o caso apresenta-se bicudo. Felizmente temos JES que deu o mote no Huambo. A nova táctica consistirá em diabolizar tanto quanto se possa diabolizar o partido do Galo Negro. Aqui em Angola é assim, a Constituição é só para mostrar que sabemos constituir, não é para aplicar.

As ancas de Noite e Dia
No passado Sábado, dia 3 de Setembro, O Sebem recebeu como convidada no seu “Sempre a subir”, uma moça com “sangue na guelra e língua afiada” (é um elogio), chamada Noite e Dia. A jovem criatura, toda ela feita em curvas e contracurvas, fazendo lembrar melodias que nada têm a ver com o kuduru, brindou os telespectadores com alguns dos seus exercícios de contorcionista sexy dignos do mais alto apreço. Ficámos sem saber como é que ela conseguia dar vida às ancas e à sua generosa retaguarda numa demonstração de total independência com o resto do corpo. O Sebem olhou para aquilo, os olhos saíram-lhe das órbitas e pediu para repetir. Boa entendedora e afável acima de tudo, Noite e Dia repetiu e o Sebem parecia aquele lobo dos desenhos animados de Tex Avery, que se apaixona à toa por quanta galinha lhe apareça pela frente. Um caso sério, esta nova vedeta do Show Bizz, Noite e Dia!

“Morte” aos Hospitais mortíferos
Esta sai mais uma vez por ser sabido que água mole em pedra dura tanto dá até que fura. Leiam com atenção.
Por ser de utilidade pública e quase totalmente ignorada pelas clínicas privadas, e se apresentar aos olhos, ou melhor, aos ouvidos de uma esmagadora maioria de cidadão angolanos como uma espécie de Top Secreto. o Folha 8 reitera o aviso já dado nesta página aos utentes desse tipo de estabelecimentos médicos a propósito de um articulado da lei nº 3359 do 07/01/02 que foi publicado noDiário da República em 09/01/02 e dispõe o seguinte:
Art.1° – Fica proibida a exigência de depósito de qualquer natureza, para possibilitar internamento de doentes em situação de urgência e emergência, em hospitais da rede privada.
Art 2° - Comprovada a exigência do depósito, o hospital será obrigado a devolver em dobro o valor depositado, ao responsável pelo internamento.
Art 3° - Ficam os hospitais da rede privada obrigados a dar possibilidade de acesso aos utentes e a afixarem em local visível a presente lei.
Art 4° - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Não deixe de prevenir todos os seus amigos, parentes e conhecidos, amigos e inimigos dos conhecidos, enfim, toda a gente que se encntre no seu caminho, a fm de evitar que abusos dessas clínicas se reproduzam como até esta data e já foram causa de morte de muitas pessoas mais carentes. Uma lei como esta, que deveria ser divulgada, está praticamente escondida da população! E isso vem desde 2002. Estamos em 2011. Enviem-nos os relatos de todas as ocorrências que sejam violadoras desta lei.
Foto: hospital

A Semana em Actualidade, out?
Pronto, já está, os nossos aviadores do “A Semana em Actualidade” foram à vida, mas, ao que parece, apenas provisoriamente. No entanto, por ora desapareceram, não como se temia, ejectados dos seus cadeirões amovíveis em que estavam sentados durante esses voos dominicais da TPA, mas simplesmente enviados par o desemprego por decisão superior. Está a chegar o tempo de apresentar aos angolanos as ideias políticas dos partidos e como esse programa era o único que dava uma hipótese de isso acontecer, corre sérios riscos de ser raiado da grelha de programas para a nova época 2011/2012.
Como que a contrabalançar esta tesourada, foi criado um novo programa na mesma TPA, o “Espaço Público”, concebido para substituir o defunto e gerador na realidade de um grande equívoco, segundo Reginaldo Silva. «Uma coisa não tem nada a ver com a outra. São dois espaços que podem coabitar perfeitamente. Sinceramente não consigo ver onde é que está o "conflito”. O Semana em Actualidade afirmou-se como um espaço de análise/opinião. O novo espaço criado agora tem potencial para ser tudo e mais alguma coisa em função da estratégia editorial da TPA» opina esse jornalista sénior, que em última análise acredita que, segundo fontes afectas à TPA, o programa “Semana em Actualidade” seja preservado e apresentado com um outro figurino.

Nossa Senhora da Muxima faz milagres
A Igreja da Nossa Senhora da Muxima, sita na província do Bengo registou uma afluência recorde no último fim-de-semana, que, de resto, tenderá doravante a ser ultrapassado repetidas vezes, o que não nos impede de fazer algumas considerações sobre o que se tem por aí passado anteriormente. O dito Santuário tem registado afluência de pessoas, que de uma forma ou de outra, vão tentar buscar a sorte ou protecção contra espíritos malignos. Essa ideia supersticiosa no seio da cristandade espanta, pois não está muito longe das que tantas vítimas têm causado entre os adeptos de seitas que se dizem de Deus e se servem do Seu nome para acumular fortunas fabulosas por via de dízimos sabiamente subtraídos a crentes ingénuos. Muitas vezes acontece mesmo que a maneira de obter dinheiro dos fiéis não seja o mais moralizador. E esse tem sido, segundo o que consta, o caso da igreja da Muxima, frequentada por mulheres de ministros, directores nacionais, deputados e cidadãos comuns, que para lá se dirigem a fim de participar numa curiosa vigília. É que, segundo informações que correm por essa Luanda, os fiéis, a certa altura da cerimónia, despem-se e ficam estatelados, conforme vieram do ventre das suas progenitoras e rogam à Nossa Senhora da Muxima para proteger os empregos dos maridos e dos seus, ajudar a gerar filhos, fazer matar quem prevarica e afastar outros males que só os demónios conhecem e sabem. Mas a verdade é que se milagres houver, só Jesus Cristo os fará e mais ninguém, sejam os reivindicadores de tais actos profetas, curandeiros, kmbandeiros ou da famigerada igreja universalista. Os métodos ocultos, mais cedo ou mais tarde, também serão abatidos para ninguém aldrabar ninguém.






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