terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Moçambique. Libertado porta-voz dos desmobilizados após manifestação diante do gabinete do PM


O porta-voz do Fórum dos Desmobilizados de Guerra de Moçambique, Jossias Matsena, foi libertado após ter sido detido no dia 11 pela polícia, por três horas, quando participava numa pequena manifestação em Maputo diante do gabinete do primeiro-ministro.

Jossias Matsena foi detido por agentes policiais no Parque Repinga, na capital moçambicana, e levado ao comando-geral da polícia ao nível da cidade de Maputo, perante jornalistas que se encontravam ali a cobrir uma manifestação não autorizada de veteranos de guerra.

À saída, Jossias Matsena contou que um comandante da polícia exigiu ao grupo a formalização do pedido de manifestação que permitirá aos desmobilizados saírem à rua dentro de quatro dias.

O responsável pela polícia assegurou, por outro lado, que, seriam definidas as artérias da cidade de Maputo que os manifestantes poderão percorrer. Contudo, as autoridades policiais proibiram os desmobilizados de se reunirem diante do gabinete do primeiro-ministro, o que foi aceite pelo porta-voz do Fórum dos Desmobilizados.

"Não me bateram, nem fizeram nada. Durante a conversa, o comandante reconheceu as nossas reivindicações, mas disse que devíamos formalizar o pedido para nos manifestarmos de acordo com aquilo que está na lei", disse Jossias Matsena.

Falando momentos antes da detenção, o porta-voz do Fórum dos Desmobilizados disse que há semanas que o grupo vem agendando a manifestação para o presente mês e que solicitou a permissão ao Ministério do Interior, que, no entanto, a recusou, alegando que o "Governo está de férias".

No início da manhã do 11, cerca de três dezenas de desmobilizados, incluindo mulheres idosas, decidiram, por isso, concentrar-se no Parque Repinga, em frente ao gabinete do primeiro-ministro para "pressionar" Aires Ali a atender as suas exigências.

"O objetivo final dos desmobilizados é encontrar-se com o chefe de Estado, Armando Guebuza, para falar sobre o documento que submetemos à Presidência da República", disse Jossias Matsena.

Recentemente, os veteranos de guerra denunciaram ao Presidente moçambicano o não pagamento de pensões e a suposta criação de brigadas pelos Serviços de Informação e Segurança do Estado (SISE) para amedrontar os "veteranos", que ameaçam manifestar-se à escala nacional.

Dois caçadores furtivos de Moçambique mortos
Dois caçadores furtivos de Moçambique foram mortos a tiro por rangers do parque nacional Kruger, na África do Sul, na noite de 12, disseram as autoridades sul-africanas.

Segundo um porta-voz dos Parques Nacionais da África do Sul (Sanparks), um grupo de rangers, apoiado por polícias e militares, levava a cabo uma operação especial no interior do Kruger, que faz fronteira com Moçambique, na sequência da descoberta de oito rinocerontes mortos, aos quais haviam sido retirados os cornos, quando encontrou o grupo de caçadores furtivos.

Os caçadores furtivos, disse Reynold Thakhuli, que tinham em seu poder várias armas, entre as quais uma de calibre 375, que foi capturada, dispararam sobre os rangers, seguindo-se uma violenta troca de tiros que levou à morte de dois dos caçadores ilegais.

Thakhuli, que descreveu os mortos como sendo "de Moçambique", referiu que as autoridades do parque Kruger não sabem quantos caçadores furtivos do mesmo grupo teriam escapado na sequência da troca de tiros.

“Um helicóptero está a sobrevoar a área do Kruger onde o incidente teve lugar tentando localizar possíveis fugitivos e eventuais rinocerontes mortos, para além dos oito descobertos", disse o mesmo porta-voz.

Durante o ano de 2011 foram mortos em parques e reservas sul-africanas 443 rinocerontes, enquanto em 2010 foram abatidos por caçadores furtivos 333 animais daquela espécie protegida.

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